Nico Rosberg levou a Mercedes de volta ao lugar mais alto do pódio depois de quase 57 anos. O alemão venceu quase que de ponta a ponta o GP da China. Bruno Senna terminou em sétimo
Nico Rosberg e a Mercedes fizeram história em Xangai neste domingo (15). Depois de 57 anos, desde o GP da Itália de 1955, a escuderia alemã volta a vencer na F1. De quebra, o piloto conquistou sua primeira vitória na carreira após 111 GPs. Destaque para Bruno Senna, que fez boa prova e terminou na sétima colocação, pontuando pela segunda vez consecutiva. Felipe Massa, por sua vez, perdeu muito rendimento no fim da corrida e concluiu em 13º.Rosberg contrariou todas as previsões possíveis sobre seu desempenho em ritmo de corrida em Xangai. Apesar de ter conquistado a pole com sobras, o alemão era considerado azarão na lista dos favoritos à vitória em solo chinês, já que o W03 era apontado como um carro pouco consistente com tanque cheio. Mas o que se viu foi exatamente o contrário, com Nico dominando com autoridade a corrida.
É bem verdade, também, que a estratégia
foi fundamental para que Nico vencesse a prova. A Mercedes optou por
adotar a tática de duas paradas para troca de pneus, que se mostrou
muito eficiente com o alemão. Jenson Button e Lewis Hamilton optaram por
três pit-stops cada, e ainda assim confirmaram a boa forma do McLaren
MP4-27, completando o pódio em Xangai.
Por muito pouco Sebastian Vettel não
belisca um pódio na China. Depois de ter largado só em 11º e ter caído
para 15º ainda na segunda volta, o bicampeão do mundo fez uma corrida de
recuperação e se valeu da tática de duas paradas para subir às
primeiras posições, andando boa parte da corrida em segundo. Mas o
desgaste dos pneus lhe tirou muitas colocações e o fez cair de segundo
para quinto. À sua frente terminou Mark Webber, seu companheiro de
equipe, que seguiu a dupla da McLaren e adotou a estratégia de três
pit-stops.
Romain Grosjean também fez boa prova na
China ao terminar em sexto, seguido por Bruno Senna, outro que obteve
grande performance mesmo parando apenas duas vezes para trocar pneu em
Xangai. O brasileiro, que pontuou pela segunda vez na temporada,
finalizou a prova logo à frente de Pastor Maldonado. Vencedor do GP da
Malásia, Fernando Alonso voltou à dura realidade e teve de se contentar
apenas com o nono lugar. Kamui Kobayashi, que chegou a ser apontado como
um dos favoritos à vitória, conseguiu marcar um ponto após travar
intenso duelo com seu companheiro de Sauber, Sergio Pérez.
Felipe Massa bem que tentou, ficou perto de marcar seu primeiro ponto na temporada, mas não conseguiu passar do 13º posto na China.
► Confira a classificação do campeonato depois do GP da ChinaSaiba como foi o GP da China, terceira etapa da temporada 2012 da F1
Os pilotos da Mercedes conseguiram manter as posições originais no grid, com Rosberg em primeiro, seguido por Schumacher. Na sequência, dois opostos: Button pulou de quinto para terceiro, passando Räikkönen e Kobayashi antes do fim da curva 1 em Xangai. Em contrapartida, o japonês da Sauber começou mal a prova, perdendo posições também para Hamilton e o próprio companheiro de equipe, Pérez.
Outro piloto que largou muito mal na
China foi Vettel. Sem ter o costume de correr no pelotão intermediário, o
bicampeão mundial despencou de 11º para 15º antes do término da
primeira volta. Massa vinha bem, em décimo, duas posições à frente de
Senna. Foi um começo de corrida relativamente tranquilo, sem maiores
incidentes e com todos os pilotos mantidos na prova.
No primeiro stint do GP, a maioria dos
pilotos fez uso dos compostos macios. Aproveitando os pneus mais
rápidos, Rosberg iniciou uma sequência de voltas rápidas com o claro
propósito de aumentar a vantagem para Schumacher e ter maior
tranquilidade após a primeira janela de pit-stops. Nico chegou a abrir,
após seis voltas, 2s9 para o heptacampeão do mundo.
Falando em janela de pit-stops,
exatamente na abertura da sexta volta, Webber, que largou mal e perdeu
várias posições nas primeiras voltas, foi aos boxes e abriu a janela
para troca de pneus, substituindo seus compostos de macios para médios. E
lá na frente Rosberg seguia ditando o ritmo e abria vantagem perante
Schumacher. Na volta 11, Nico já ostentava 6s2 de frente para o
companheiro de equipe na Mercedes.
Durou pouco a boa corrida de Schumacher
em Xangai. Exatamente na 13ª volta, pouco depois de ter feito seu
pit-stop, o veterano ficou lento na pista e estacionou seu W03 em uma
área de escape, encerrando assim a possibilidade de ajudar a Mercedes a
fazer dobradinha na China. Minutos depois, as imagens da transmissão da
prova mostraram que um mecânico do time alemão não conseguiu fixar
corretamente a roda dianteira direita, ocasionando assim o abandono.
Com todas as trocas de pneus, após 14
voltas, Pérez, que ainda não havia parado para efetuar seu pit-stop,
liderava, seguido por Massa, que também não parou, e por Rosberg, o
líder de fato do GP da China. O mexicano só perdeu a liderança dois
giros depois, quando finalmente fez sua parada. Dessa forma,
momentaneamente, Felipe liderava a prova — mas sem efetuar seu pit-stop —
e era seguido de perto por Rosberg.
Só que o único piloto da Mercedes que
sobrou na corrida estava impossível em Xangai. Nico sequer tomou
conhecimento da Ferrari de Massa, passou o brasileiro sem dificuldades e
continuou abrindo vantagem para o duo da McLaren, com Button em segundo
e Hamilton na sequência. Não demorou muito para que Felipe deixasse a
segunda colocação após entrar nos boxes para efetuar seu pit-stop,
caindo para a 14ª colocação.
Webber abriu a segunda janela para troca
de pneus em Xangai, que acabou por mudar drasticamente as colocações dos
pilotos na China. Além do número 2 da Red Bull, Hamilton, Webber,
Kobayashi e Button fizeram suas respectivas paradas. Rosberg, então com
apenas um pit-stop, seguia sem ter problemas mecânicos ou nos pneus e
vinha fazendo orgulho ao pai, Keke, campeão mundial em 1982.
Boa parte dos pilotos fez o mesmo e
efetuaram seus respectivos pit-stops. Dois dos líderes da corrida, por
sua vez, seguiam na pista com os compostos mais gastos, caso de Pérez e
Rosberg. Só que Nico, que parou na abertura da volta 35, lutava pela
vitória, mas o alemão perdeu muito tempo no segundo stint em comparação
com Button. Outro erro estratégico da Mercedes foi manter o alemão por
mais alguns minutos na pista, mesmo que Nico seja 1s3 mais lento que os
tempos de volta de Button. E tudo aconteceu exatamente dessa forma, ou
seja, com Jenson à frente de Rosberg.
Ainda na volta 36, Webber foi
protagonista de uma cena impressionante. Na saída da curva parabólica
que dá acesso à grande reta, o australiano perdeu o controle de seu RB8 e
foi para a grama. Mark conseguiu voltar à pista, mas, ao passar por
cima da zebra, seu carro deu uma ‘empinada’ e quase decolou. Entretanto,
Webber conseguiu controlar bem seu carro e seguiu na prova, dessa vez
em 11º.
Na abertura da 40ª volta, ocorreu
o momento-chave da corrida. Então líder da corrida, Button foi aos
boxes para colocar um jogo de pneus duros. Entretanto, um problema com a
fixação do pneus traseiro esquerdo fez com que o britânico perdesse
muito tempo. Dessa forma, Rosberg, que ainda não havia parado, voltou à
ponta, com Räikkönen em segundo e Vettel completando o top-3. O
questionamento então era saber quem faria duas paradas e quem faria
três.
A corrida, antes monótona, ganhou muito
mais ação nas dez voltas finais, com várias brigas por posições, muito
por conta do desgaste dos pneus apresentado por boa parte dos pilotos do
grid. Rosberg, mesmo com duas paradas, seguia em bom ritmo de corrida,
contrariando todas as previsões. Em contrapartida, Räikkönen, que chegou
a andar em segundo, perdeu muito desempenho dos seus pneus e foi caindo
volta a volta, sendo ultrapassado por vários adversários até despencar
para 14º.
Mas outros pilotos que fizeram duas
paradas se deram muito bem. Caso de Grosjean, Bruno Senna e Maldonado,
que entraram facilmente na zona de pontuação nas últimas voltas do GP da
China. Outro duelo interno acontecia entre os pilotos da Sauber. Pérez e
Kobayashi lutavam pela décima colocação, e a briga foi marcada por uma
manobra polêmica e até perigosa, quando o mexicano ‘fechou a porta’ e
quase tocou no carro de Kamui para defender a posição. Mas logo depois o
japonês recuperou seu lugar no top-10.
Rosberg continuou soberano e manteve seu bom ritmo de corrida.
Nem mesmo a escalada final de Button, que passou um surpreendente
Vettel e voltou ao segundo posto, foi capaz de tirar de Nico sua
primeira vitória na carreira. A Mercedes volta ao lugar mais alto da F1
após quase 57 anos, desde a vitória da lenda Juan Manuel Fangio no não
menos lendário circuito de Monza, no GP da Itália de 1955.
PUBLICADO NO SITE DO GRANDE PRÊMIO (www.grandepremio.com.br)
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